das ruínas, um rearranjo


Tem certos colapsos, crises, perdas que exigem reinventar um campo com silenciamentos a deslocarem um campo de pertencimento.

É aquela situação de cortar na carne, como se diz.

Como se tivesse de ou tirar um móvel, fechar uma rua, derrubar uma árvore, ou então acrescentar um atalho, uma nova cor, outro tempero nas vivências e memórias e demandas e medos e decisões. 

Nada será como antes.

A única certeza: agonia, angústia, desespero, aquele agastamento de quem está à beira de um precipício só trevas ao fundo ao longe adiante até quando não se sabe nem disso tudo um porquê.

Essa agonia é tempestade, terremoto, incêndio, desfolhar vindos desses rearranjos se operando.

Em meio aos dias dessa tormenta tão humana, demasiado humana, caso o náufrago encontre um ponto fixo onde apoiar os pés para tirar a cara do pó e consiga seguir vivendo, envelhecem-se anos nesses momentos decisivos.

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